Peregrinação a Fátima | Contado por habitante da Freguesia de Enxames

  Este ano cumpriu-se o centenário de Fátima e foi um momento ainda mais especial para muitos dos peregrinos que caminharam até lá.

    Todos os anos vários habitantes na Freguesia de Enxames participam nesta caminhada espiritual que muitas vezes mais do que uma promessa é um momento de reflexão interior, de partilha de experiências e desafio pessoal.

   Decidimos partilhar convosco a experiência contada em primeira pessoa de uma habitante da Freguesia de Enxames, a Lídia Ribeiro que espero que vos entusiasme e emocione. Deixo desde já um agradecimento pela sua contribuição e partilha:

   << Já em 2016 havia pensado ir a Fátima a pé, o que se concretizou apenas este ano. O que me levou a fazer a peregrinação foi uma promessa já antiga. Quando tomei a decisão falei com duas pessoas que já foram no passado e repetiram este ano. Elas fizeram a ligação com o Grupo de Silvares, que é organizado pela D. Deus.

   A preparação para esta longa caminhada começou antecipadamente e com algum treino que durou cerca de 2 meses: Fiz varias caminhadas de cerca de uma hora quando tinha oportunidade, no mês de abril fiz o trajeto entre os Enxames-Fundão com um grupo dos Enxames, e no dia 30 de abril fiz o trajeto Fundão- Silvares com pessoas que foram no grupo de peregrinação.

    Chegado o grande dia, partimos para um trajeto de cerca de 170 km que foi feito ao longo de 4 dias (de 8 a 11 de Maio), no primeiro dia fizemos cerca de 50 km, no segundo dia 45, no terceiro 45 e no ultimo dia cerca de 30 km,
    Na primeira noite pernoitamos num pavilhão desportivo de Oleiros, com infraestruturas para tomarmos banho, para dormir utilizamos colchões de ginástica e os sacos cama que cada um deve levar; Jantamos num restaurante em Oleiros. Neste dia tivemos uma equipa de voluntários que tratou das mazelas da viagem, entre bolhas e massagens…
    Na segunda noite pernoitamos no seminário de Cernache do Bonjardim, onde também pudemos tomar banho e onde jantamos, alguns banhos foram de agua fria (para ativar a circulação !!). Neste seminário pernoitaram outros grupos em peregrinação, havia camaratas e corredores cheios de camas para abrigar tanta gente. Neste dia quem precisou de tratamento deslocou-se aos Bombeiros de Cernache (ao lado do seminário) para fazer o tratamento necessário, efetuado pela Cruz Vermelha.
    Na terceira noite pernoitamos num restaurante, onde também jantamos, tivemos também possibilidade de tomar banho. Neste dia os tratamentos foram feitos pela D. Deus e por pessoas do grupo, que com jeito e amabilidade trataram as mazelas que a viagem ia causando.
    As infraestruturas tanto onde pernoitamos como a nível de apoio (3 carros de apoio para um grupo de 67 pessoas) foram suficientes.
 
    Do meu ponto de vista o trajeto era seguro, grande parte dos automobilistas tiveram respeito pelos peregrinos e conduzem com cuidado. Uma grande parte do trajeto foi feito por estrada onde existia mais firmeza na pisada mas que acabava por “queimar” os pés.
    Quando chegamos finalmente a Fátima, todas as mazelas e dores desparecem… Sentimo-nos vitoriosos por conseguir chegar, mas por outro lado sentimo-nos tão pequenos perante a Nossa Mãe, é verdadeiramente um sentimento indescritível a sensação de felicidade que nos leva às lagrimas…

Gostaria de repetir no futuro, mas nessa vez sem promessa! >>

Deixe um comentário